O governo Lula enfrenta críticas após a assinatura de um contrato de R$ 478 milhões com a Organização de Estados Ibero-americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI). A polêmica gira em torno do secretário extraordinário para a COP-30, Valter Correia da Silva, que já foi preso na Lava Jato por suspeita de envolvimento em um esquema de propinas no Ministério do Planejamento.
Histórico de Valter Correia na Lava Jato
A Operação Custo Brasil, deflagrada em 2016, investigou um esquema de R$ 100 milhões em propinas envolvendo contratos para gestão tecnológica de empréstimos consignados. Na ocasião, foram presos:
✅ Valter Correia, que ocupava o cargo de secretário de Gestão na prefeitura de Fernando Haddad (PT);
✅ Paulo Bernardo, ex-ministro e marido da presidente do PT, Gleisi Hoffmann;
✅ João Vaccari Neto e Paulo Ferreira, ex-tesoureiros do partido.
Correia, que já havia trabalhado no Ministério do Planejamento e em gestões petistas em Guarulhos e São Bernardo do Campo, não chegou a ser denunciado formalmente. No entanto, a Operação Custo Brasil foi fatiada, e parte das provas contra ele foi posteriormente anulada pelo ministro Dias Toffoli, do STF.
Contrato com a OEI sob investigação
O contrato assinado por Valter Correia com a OEI levantou suspeitas da oposição, que questiona a falta de transparência na negociação.
Senador Rogério Marinho (PL-RN) acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) para apurar possíveis irregularidades, destacando que a OEI não passou por chamamento público e apenas intermediará subcontratações para a organização da COP-30.
Aumento expressivo nos contratos da OEI com o governo Lula
Outro fator que chama atenção é a troca no comando da OEI. Em julho de 2024, Leonardo Barchini deixou a liderança da entidade para assumir um cargo no Ministério da Educação, sendo substituído pelo advogado baiano Rodrigo Rossi, também ligado à esquerda.
Desde então, os contratos da OEI com o governo Lula cresceram significativamente, ultrapassando R$ 600 milhões, incluindo repasses de:
🔹 R$ 35 milhões do Ministério da Educação (MEC);
🔹 R$ 15 milhões da Secretaria de Micro e Pequena Empresa;
🔹 R$ 8,1 milhões da Presidência da República;
🔹 R$ 15,7 milhões da Secretaria de Comunicação (Secom).
Além disso, a OEI esteve envolvida na organização do G20 Social, evento apelidado de “Janjapalooza”, devido à forte presença da primeira-dama Janja da Silva e a um grande número de shows com artistas apoiadores do governo.
Via:Revista Oeste