O governo brasileiro rejeitou uma proposta da administração Trump que visava classificar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas. A sugestão, apresentada por uma comitiva americana em Brasília, buscava ampliar as possibilidades de sanções contra as facções criminosas, explorando a legislação antiterrorismo dos Estados Unidos.
A reunião, ocorrida na última terça-feira, contou com a presença de David Gamble, chefe interino da coordenação de sanções do Departamento de Estado americano, além de representantes dos ministérios das Relações Exteriores, da Justiça e Segurança Pública e da Polícia Federal do Brasil. Os enviados americanos argumentaram que a designação terrorista facilitaria a aplicação de sanções mais rigorosas, dado o tratamento penal diferenciado dado a atos terroristas nos EUA.
Segundo a delegação americana, o FBI já identificou a presença do PCC e do CV em 12 estados americanos, incluindo Nova York, Flórida e Nova Jersey. Eles alegam que as facções estariam utilizando o território americano para lavagem de dinheiro, através de brasileiros que viajam ao país. Como medida preventiva, a Embaixada dos Estados Unidos negou vistos para 113 brasileiros supostamente ligados às organizações criminosas.
No entanto, o governo brasileiro justificou sua decisão com base no sistema legal nacional, que não enquadra facções criminosas como terroristas. A principal alegação é que as ações desses grupos são motivadas por lucro e atividades ilícitas, e não por ideologia ou uma causa específica, elementos tradicionalmente associados ao terrorismo.
Autoridades brasileiras também destacaram os esforços contínuos do Brasil no combate ao crime organizado, incluindo políticas públicas e a integração com outros países da América Latina. Medidas como o isolamento de lideranças em presídios federais e operações conjuntas entre polícias e Ministérios Públicos foram apresentadas como exemplos do compromisso brasileiro.
Paralelamente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se reuniu com um assessor da embaixada americana para discutir questões de segurança pública, negando qualquer relação com as discussões sobre sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes, como sugerido por seu irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro. “Esta reunião específica foi uma coincidência de verdade”, afirmou Flávio Bolsonaro, buscando dissipar as especulações.
Fonte: http://agoranoticiasbrasil.com.br