A Controladoria-Geral da União (CGU) avocou para si a responsabilidade de investigar irregularidades envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. A medida visa apurar a atuação de 12 organizações civis suspeitas de se apropriarem ilegalmente de parte dos benefícios pagos a milhões de segurados.
A decisão, comunicada ao novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, por meio de ofício, demonstra a gravidade da situação e a necessidade de uma apuração centralizada. Marcelo Pontes Vianna, Secretário de Integridade Privada da CGU, justificou a avocação pela “repercussão e relevância da matéria”.
A investigação da CGU surge no âmbito da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela própria CGU. A operação revelou um esquema de descontos não autorizados que somaram bilhões de reais ao longo dos anos, lesando aposentados e pensionistas.
Segundo as investigações, muitos beneficiários tiveram valores descontados sem sua autorização, inclusive alegando desconhecer as entidades responsáveis pelas cobranças. Os números são alarmantes: entre janeiro de 2023 e maio de 2024, o INSS recebeu mais de 1,163 milhão de pedidos de cancelamento de cobranças.
Diante da magnitude da fraude, a Advocacia-Geral da União (AGU) já criou um grupo especial para buscar o ressarcimento dos prejuízos aos beneficiários do INSS. A Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 1 bilhão em bens dos investigados, visando reparar os danos causados. A lista das organizações civis sob suspeita foi divulgada para conhecimento público, reforçando a transparência da investigação.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br
