Pequim (Reuters) – Em uma manobra que sinaliza preocupação com a desaceleração econômica, a China anunciou um pacote de estímulos monetários nesta quarta-feira. A ação inclui cortes nas taxas de juros e uma significativa injeção de liquidez no mercado. A medida surge em um momento delicado, antecedendo negociações comerciais de alto nível com os Estados Unidos, em meio à persistente guerra tarifária.
O anúncio do estímulo coincide com a confirmação de um encontro entre autoridades dos EUA e o principal negociador econômico da China, He Lifeng, na Suíça. As negociações visam atenuar as tensões comerciais que têm impactado os mercados globais e desestabilizado as cadeias de suprimentos. Será a primeira vez em que os dois países se encontrarão para tentar diminuir as tensões comerciais.
A economia chinesa tem demonstrado sinais de vulnerabilidade diante das tarifas impostas, com a atividade industrial apresentando contração. A medida de estímulo surge para mitigar os efeitos das tarifas no mercado de trabalho e nas pressões deflacionárias da China, visto que exportadores estão perdendo espaço.
“A economia doméstica deve estar forte o suficiente antes que [a China] inicie qualquer negociação comercial prolongada”, observou Xing Zhaopeng, estrategista sênior da China no ANZ, referindo-se às medidas de estímulo anunciadas. O Banco do Povo da China (PBoC) reduziu a taxa de juros de referência em 10 pontos-base, fixando-a em 1,40% a partir de 8 de maio.
Além disso, a taxa de compulsório dos bancos será reduzida em 50 pontos-base a partir de 15 de maio, atingindo uma média de 6,2%. Segundo o presidente do PBoC, Pan Gongsheng, essa medida liberará aproximadamente 1 trilhão de iuanes (US$ 138 bilhões) em liquidez no sistema financeiro. Autoridades também anunciaram medidas de apoio a empresas listadas afetadas pelas tarifas e a expansão de investimentos de seguradoras no mercado de ações.
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