O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, elevando a Selic para 14,75% ao ano. Essa é a maior taxa registrada desde 2006, um marco que acende alertas sobre o cenário econômico nacional.
A decisão, tomada de forma unânime pelos membros do Copom, reflete a preocupação com a persistência da inflação acima da meta estabelecida. O mercado financeiro, que se dividia entre projeções de alta de 0,5 e 0,75 ponto percentual, agora avalia as implicações desse aperto monetário.
O comunicado do BC sinaliza um futuro incerto, ressaltando que o cenário para as próximas reuniões permanece de “elevada incerteza”. A instituição destaca que, apesar do dinamismo observado na atividade econômica e no mercado de trabalho, há indícios de uma moderação no crescimento.
De acordo com Felipe Uchida, Head do departamento de análises quantitativas e sócio da Equus Capital, a medida visa conter o avanço dos preços, em um contexto de inflação anual de 5,48%, acima da meta de 4,5%. “A decisão visa segurar o avanço dos preços, principalmente em setores que sofrem impacto direto da volatilidade cambial e do aumento dos custos de produção”, afirma Uchida.
Apesar do tom cauteloso, Pablo Spyer, Conselheiro da Ancord, vislumbra a possibilidade de uma desaceleração no ritmo de aperto nas próximas reuniões. “Parte do mercado já começa a enxergar a alta de hoje como uma das últimas deste ciclo”, pondera Spyer.
Fonte: http://agoranoticiasbrasil.com.br
