A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de fixar a taxa Selic em 14,75% ao ano marca um ponto de inflexão na economia brasileira. Este patamar, o mais elevado em quase 20 anos, remete a julho de 2006. Naquela época, o Banco Central se encontrava em um ciclo de cortes, contrastando com o cenário atual.
Em meados de 2005, a taxa Selic atingiu o pico de 19,75%, mantendo-se nesse patamar até agosto. A conjuntura daquele período era caracterizada por um IPCA acumulado de 6,57% em doze meses, com a inflação em processo de acomodação, conforme registrado na ata da reunião do Copom. O cenário atual exige uma análise cuidadosa das medidas a serem tomadas.
Naquela ocasião, o Comitê expressou preocupação com a “persistência de uma postura mais ativa de política monetária”. Alertava para o risco de que indicadores de atividade vigorosos e fatores pontuais favoráveis à inflação no curto prazo pudessem comprometer a convergência da inflação para as metas estabelecidas.
Após esse período de cautela, o Copom, então liderado por Henrique Meirelles, iniciou um ciclo gradual de cortes na Selic. Essa trajetória de redução culminou em uma taxa de 11,25% em setembro de 2007, demonstrando a capacidade do Banco Central de modular a política monetária de acordo com as condições econômicas. O mercado financeiro agora busca sinais sobre os próximos passos do Copom, em meio a um cenário de incertezas globais.
A atual taxa Selic de 14,75% reacende o debate sobre o impacto nos investimentos, no consumo e no crescimento econômico. Analistas e especialistas acompanham de perto os desdobramentos dessa política monetária, buscando entender seus efeitos a curto e longo prazo no cenário brasileiro.
Fonte: http://www.infomoney.com.br