Super Quarta Decisiva: Brasil Sinaliza Afrouxamento Monetário Enquanto EUA Mantêm Juros Estáveis

A quarta-feira, 7 de março de 2025, é aguardada com grande expectativa no mercado financeiro, marcando o dia de decisões cruciais sobre as taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos. A previsão dominante aponta para um aumento de 0,5 ponto percentual no Brasil, elevando a Selic para 14,75%, enquanto nos EUA, a expectativa é de manutenção das taxas entre 4,25% e 4,5%.

No Brasil, a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) já indicava uma redução no ritmo de aumento dos juros. A maioria dos analistas aposta agora em um ajuste mais moderado, refletindo sinais de desaceleração na economia brasileira e preparando o terreno para possíveis cortes no final do ano. A cautela se justifica diante de um cenário econômico que exige equilíbrio entre o controle inflacionário e o estímulo ao crescimento.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) deve optar pela estabilidade, mantendo as taxas inalteradas. A decisão reflete uma análise cuidadosa dos indicadores econômicos, que ainda não apontam para uma recessão iminente, mas exigem atenção especial diante dos impactos da política tarifária implementada pelo governo Trump. O cenário global incerto demanda uma postura prudente por parte do Federal Reserve.

Pesquisas recentes, como a da XP Investimentos com gestoras de investimentos, corroboram a expectativa de alta de 0,5 p.p. no Brasil, com 81% dos entrevistados apostando nesse cenário. Felipe Uchida, da Equus Capital, considera o ajuste compatível com o risco inflacionário atual, refletindo o esforço do Copom em equilibrar o combate à inflação e a desaceleração econômica. Volnei Eyng, da Multiplike, destaca dados do Caged e do IPCA-15 como justificativas para uma elevação mais branda.

A perspectiva para os próximos ajustes na Selic é de moderação, com analistas como Flávio Serrano, do Banco BMG, sinalizando o fim do ciclo de aperto monetário. A expectativa é que o Copom adote uma postura prudente, condicionando futuras decisões à convergência da inflação à meta. O Banco Pine projeta a Selic em 14,75% por mais um período, com início de cortes no quarto trimestre de 2025.

Nos Estados Unidos, a inflação persistente tem sido o principal foco do Fed, que iniciou um ciclo de elevação de juros em 2022. O Departamento de Pesquisas do Bradesco projeta um forte viés inflacionário, com impacto negativo no PIB americano. Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, acredita que o Fomc adotará uma postura equilibrada, observando os impactos das tarifas na economia.

Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, aponta para a perda de força do dólar, o que pode indicar fuga de capital dos EUA. A S&P estima que o Fed iniciará a diminuição dos juros no quarto trimestre de 2025, enquanto a Moody’s também prevê cortes ainda este ano. A política tarifária americana tem impacto direto no Brasil, com a atratividade dos ativos norte-americanos influenciando o fluxo de capitais e a cotação do real.

Lima ressalta que a cautela do Fed pode influenciar as decisões do Banco Central do Brasil, ditando o ritmo da política monetária. “Se o Fed sinalizasse uma eventual flexibilização dos juros no curto prazo, o que neste momento parece improvável, isso abriria espaço para o Banco Central do Brasil adotar uma postura menos conservadora, talvez antecipando um ciclo de queda na Selic.” No entanto, o cenário atual exige cautela e restrição por parte do Brasil.

Fonte: http://www.infomoney.com.br

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