A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a uma pena de dez anos de prisão. A decisão é resultado da acusação de invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos, um caso que gerou grande repercussão no cenário político nacional.
Além da pena de prisão, o STF determinou que Zambelli e Walter Delgatti, o hacker envolvido no caso, paguem juntos uma indenização de R$ 2 milhões. A corte também decidiu pela perda do mandato da deputada, uma medida que só será executada após o trânsito em julgado da ação, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recursos.
Os ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino e Cristiano Zanin votaram a favor da condenação. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Zambelli de ter orientado Delgatti a invadir o sistema do CNJ com o objetivo de criar um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, como se fosse uma ordem oficial assinada por ele mesmo.
Segundo a PGR, Zambelli também teria planejado o bloqueio de valores da conta bancária do ministro. Delgatti confirmou à Polícia Federal que foi procurado por Zambelli para cometer o crime, alegando ter recebido dinheiro da deputada e a identificando como a mentora da operação. A defesa de Delgatti corroborou essa versão.
Em contrapartida, Zambelli nega todas as acusações. Sua defesa tentou adiar o julgamento, solicitando que ele ocorresse no plenário físico do STF para permitir uma defesa oral, mas o pedido foi rejeitado. Em nota, a deputada expressou “profundo sentimento de inconformismo” e alegou ser vítima de perseguição política, afirmando que “jamais agi com dolo, violência ou má-fé, e nunca cometi qualquer ato criminoso punível pela legislação brasileira”.
Fonte: http://agoranoticiasbrasil.com.br
