A imprensa brasileira tem adotado posturas distintas ao cobrir encontros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com líderes de regimes autoritários e a visita do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, a Israel. Enquanto as reuniões de Lula com figuras como Nicolás Maduro e Vladimir Putin são frequentemente retratadas como eventos diplomáticos rotineiros, a ida de Caiado a Israel gerou críticas e questionamentos.
Na recente viagem à Rússia, Lula participou das celebrações do aniversário da vitória soviética sobre o nazismo, a convite de Vladimir Putin. O evento, marcado pela presença de líderes com histórico autoritário, como Maduro, Lukashenko e Xi Jinping, recebeu cobertura relativamente neutra da mídia nacional. A ênfase foi na participação do Brasil nos BRICS, minimizando as implicações geopolíticas dos alinhamentos.
A situação contrasta com a cobertura dada ao encontro de Ronaldo Caiado com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. O governador de Goiás, durante sua missão oficial, chegou a pedir desculpas ao povo israelense pelas declarações de Lula comparando as ações de Israel em Gaza ao Holocausto. A imprensa brasileira, em contrapartida, interpretou o gesto como uma tentativa de capitalização política, criticando o simbolismo da visita.
A disparidade na abordagem levanta questões sobre os critérios editoriais adotados pela mídia brasileira. A cobertura de eventos internacionais complexos exige um olhar atento e crítico, considerando tanto os aspectos diplomáticos quanto os impactos políticos e de direitos humanos. A forma como a imprensa escolhe enquadrar esses eventos pode influenciar a percepção pública e o debate sobre a política externa do país.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br