Uma reviravolta no caso da Light (LIGT3) adicionou mais um capítulo à sua complexa situação financeira. A diretora da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Ludimila Lima da Silva, solicitou vista em um processo crucial que discute o impacto das perdas não técnicas, como furtos de energia, nas contas da distribuidora.
O pedido de vista suspende temporariamente a decisão sobre a revisão dos parâmetros regulatórios referentes ao repasse dessas perdas nas tarifas de energia. A Light alega que a metodologia atual, definida na Revisão Tarifária Periódica (RTP) de 2022, não reflete a realidade do mercado e impõe um ônus financeiro insustentável.
Segundo a empresa, a não revisão desses parâmetros pode elevar sua dívida em R$ 5,4 bilhões, totalizando R$ 11,5 bilhões no ciclo de 2022 a 2026. A Light argumenta que a “glosa de perdas” nesse período pode gerar despesas anuais com juros superiores à remuneração regulatória, configurando um “desequilíbrio econômico-financeiro”.
O relator do processo, diretor Ricardo Tili, havia votado a favor da Light, propondo a alteração dos percentuais de perdas não técnicas. No entanto, o pedido de vista de Ludimila Lima da Silva impede, por ora, a conclusão do julgamento e mantém a incerteza sobre o futuro financeiro da companhia.
A questão central é quem arcará com o custo das perdas não técnicas: os consumidores, por meio das tarifas, ou os acionistas da Light. A decisão da Aneel terá um impacto significativo na reestruturação da empresa e na sua capacidade de prestar serviços adequados à população.
Fonte: http://www.infomoney.com.br