Selic em 14,75%: Copom Sinaliza Pausa, Mas Mercado Debate Próximos Passos

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada recentemente, reacendeu o debate sobre o futuro da taxa Selic. Apesar da elevação para 14,75% ao ano, pairam dúvidas sobre se o ciclo de altas realmente chegou ao fim. Economistas e analistas divergem sobre a necessidade de uma nova dose de aperto em junho.

O documento do Banco Central, segundo avaliações, manteve uma comunicação neutra, sem fornecer sinais claros sobre a direção futura da política monetária. A XP Investimentos, por exemplo, reconheceu a neutralidade da ata, mas destacou a necessidade de “cautela adicional na ação da política monetária e flexibilidade”, o que pode indicar o fim do ciclo de aperto ou algo muito próximo disso.

Contudo, a própria XP pondera que as pressões inflacionárias internas e as expectativas de inflação desancoradas podem levar o Copom a realizar um último aumento de 0,25 ponto percentual na próxima reunião. Essa incerteza reflete a complexidade do cenário econômico atual.

Outros especialistas compartilham essa visão cautelosa. Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, ressalta que o BC ainda demonstra dúvidas sobre a suficiência do ajuste atual para convergir a inflação à meta. “O BACEN manteve a questão em aberto, falando que o assunto foi discutido, mas nada foi definido. Algo que, em nossa opinião, pode indicar que o balanço de riscos não está neutro”, explicou.

Enquanto isso, Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, acredita que o BC está mais inclinado a manter a Selic no patamar atual por um período prolongado. Ela aponta os estímulos fiscais como o principal risco de alta para a inflação, um fator que continua sob o atento monitoramento do Copom.

A mensagem geral que emerge da ata é de que a política monetária está em um patamar significativamente contracionista, com seus efeitos começando a se manifestar. Luis Cezario, economista-chefe da Asset 1, resume: “Desta forma, o Copom demonstrou ter confiança de que a moderação da atividade, que é necessária, está se materializando.”

Fonte: http://www.infomoney.com.br

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