Uma audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo, que visava discutir a regulamentação do serviço de mototáxi na cidade, foi interrompida por um ato de violência. O incidente, que envolveu agressão física, forçou o adiamento dos debates e o agendamento de uma nova sessão para o dia 5 de junho.
O presidente do Sindicato dos Motoboys de São Paulo (SindimotoSP), identificado como Gil, é acusado de atacar o vereador Lucas Pavanato (PL) após uma acalorada troca de provocações no plenário. Segundo informações, a agressão resultou em escoriações no vereador, além de ter sua camiseta rasgada.
Em contrapartida, o sindicalista Gil alega ter sido vítima de calúnia, difamação e agressão física por parte do parlamentar, anunciando que também registrará queixa. O vereador Pavanato, por sua vez, confirmou que fará um boletim de ocorrência sobre o caso. A tensão era evidente antes da agressão.
Durante a audiência, diversos mototaxistas protestaram contra a posição do sindicato. Manifestantes chegaram a virar as costas enquanto Gil discursava, exibindo faixas com mensagens como “queremos o nosso direito de trabalhar”. O protesto refletia a insatisfação com a postura do sindicato em relação à regulamentação.
O pano de fundo da discussão é a recente suspensão do serviço de transporte por motos em São Paulo, impulsionada pela gestão Ricardo Nunes (MDB) após um acidente fatal envolvendo uma mototaxista. Gil defende a proibição do serviço até que haja uma regulamentação formal, culpando a entrada de empresas como Uber e 99 pelo que considera um “caos” no setor.
“Quem deveria estar sendo vaiado são as empresas de aplicativo, que estão escravizando, explorando, precarizando e colocando a categoria para brigar entre si”, declarou Gil, evidenciando a complexidade do debate. O vídeo da sessão mostra o momento da agressão.
A Câmara Municipal analisa três projetos distintos sobre o serviço de mototáxi. Um deles, proposto por Pavanato, defende a liberação imediata. Outra proposta, de Marcelo Messias (MDB), condiciona a autorização à redução das mortes no trânsito, enquanto uma terceira, de autoria do PT e PSOL, exige seguro para os motociclistas e a definição de áreas de atuação específicas. A polêmica continua.
Enquanto isso, Uber e 99 estão proibidas de oferecer corridas por moto em São Paulo, desde uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado. A prefeitura trava uma disputa judicial com as plataformas desde o início do ano, com decisões judiciais oscilantes, o que impede a definição de uma regra estável para o setor.
Fonte: http://revistaoeste.com