O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, manifestou irritação diante das críticas que recebeu por participar de um jantar na residência do CEO do iFood. O evento tinha como objetivo arrecadar fundos para um programa de ação afirmativa promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A controvérsia ganhou força após a divulgação de um vídeo em que Barroso aparece cantando ao lado do CEO do iFood. A proximidade entre o ministro e o representante da empresa, que tem interesse em uma causa em julgamento no STF, levantou questionamentos sobre possível conflito de interesses, dado que o Supremo pode determinar a existência de vínculo empregatício entre entregadores e empresas de delivery.
Durante a abertura de uma sessão do CNJ, Barroso rebateu as críticas, afirmando: “No Brasil, existem duas grandes categorias de pessoas: as que fazem alguma coisa e as que têm razão. Portanto, a gente tem que continuar fazendo e deixar parado as que têm razão e precisam vender jornal falando bobagem”. O ministro ainda complementou, expressando indignação com a forma como o evento foi noticiado.
A reação de Barroso gerou debates sobre a relação entre o Poder Judiciário e o setor privado, especialmente quando envolve causas em julgamento. Questionamentos sobre a ética de juízes aceitarem patrocínios de empresas com processos nos tribunais vieram à tona.
As críticas levantam dúvidas sobre a imparcialidade e a necessidade de revisitar a questão da infalibilidade ministerial dentro do Supremo Tribunal Federal. Afinal, a transparência e a percepção de isenção são fundamentais para a credibilidade do sistema judiciário.
Fonte: http://revistaoeste.com