Em um momento de severa crise financeira, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) surpreende ao anunciar uma licitação para a contratação de quatro veículos de luxo, destinados ao uso exclusivo da diretoria. O contrato, com duração de 30 meses, prevê ainda a inclusão de motoristas e o fornecimento de combustível.
A licitação, divulgada pela revista *Veja*, não revela o valor total estimado para a contratação, mantendo em sigilo os custos envolvidos e as marcas ou modelos dos veículos. O edital especifica apenas que se trata de carros de “padrão superior”, sem detalhar as características que justificariam tal classificação.
Conforme o edital, cada veículo poderá percorrer até 1.000 quilômetros mensais por um valor fixo, com uma cobrança adicional para a utilização de quilometragem excedente. A medida gera questionamentos sobre a priorização de gastos em um contexto de dificuldades financeiras.
A situação da ECT é delicada. A empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 1,725 bilhão no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 115% em relação ao mesmo período do ano anterior. A queda na receita e o aumento dos custos operacionais contribuíram para o resultado negativo.
Diante do cenário, a estatal se defende, afirmando que sua continuidade operacional está garantida pelo suporte da União e por medidas previstas no Plano Estratégico Correios 2025–2029. A licitação para carros de luxo, no entanto, levanta dúvidas sobre a coerência entre as ações e o discurso de austeridade.
Fonte: http://revistaoeste.com
