O presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou os esforços para concluir o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) ainda este ano. A declaração foi feita durante sua visita a Paris, onde se encontrou com o presidente francês, Emmanuel Macron, um dos principais obstáculos à concretização do tratado. Lula pretende usar a presidência rotativa do Brasil no Mercosul, no segundo semestre, para impulsionar as negociações.
Durante o encontro, Lula apelou diretamente a Macron, pedindo que ele “abrisse seu coração para o acordo com o Mercosul”. A solicitação demonstra a urgência do governo brasileiro em destravar as negociações, que se arrastam há anos. O acordo é visto como estratégico para impulsionar o comércio e a integração regional.
Macron, por sua vez, reiterou seu apoio ao livre-comércio, mas expressou preocupações com os potenciais impactos negativos sobre o setor agrícola europeu. “A França é a favor do livre-comércio”, afirmou Macron, “mas este acordo, no momento estratégico que vivemos, cria um risco para a agricultura na Europa”. O presidente francês argumenta que os países do Mercosul não possuem o mesmo nível de exigências regulatórias que os europeus.
O acordo em discussão prevê a redução de tarifas para bens comercializados entre os blocos, com prazos de corte variando de acordo com o setor. Para o Mercosul, a redução seria imediata ou escalonada em até 15 anos. Já a União Europeia teria prazos de quatro a 12 anos. O governo brasileiro estima que a proposta abrange 91% das importações do Brasil provenientes da UE.
A aprovação do tratado envolveria um mercado estimado em 720 milhões de pessoas, representando um importante avanço no comércio global. O Planalto enxerga as negociações como uma resposta à crescente onda de políticas unilaterais no cenário internacional. Resta saber se a pressão de Lula será suficiente para superar as resistências e garantir um desfecho positivo ainda em 2024.
Fonte: http://revistaoeste.com
