Durante visita oficial à França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevou o tom contra Israel, classificando as operações militares em Gaza como um “genocídio premeditado”. A declaração, feita em coletiva de imprensa ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, reacende tensões diplomáticas e coloca em foco a postura do Brasil no cenário internacional.
Lula expressou que as ações israelenses representam “um genocídio premeditado de um governante de extrema direita que está fazendo uma guerra, inclusive, contra os interesses do seu próprio povo”. Embora não tenha mencionado diretamente o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a crítica contundente sinaliza um posicionamento mais assertivo do governo brasileiro em relação ao conflito.
O presidente brasileiro também descreveu os incidentes em Gaza como um “massacre de civis”, enfatizando que a situação não se configura como uma guerra, “mas um genocídio promovido por um Exército altamente preparado contra mulheres e crianças”. Lula cobrou ainda uma ação mais enérgica da comunidade internacional diante da ofensiva israelense, lamentando o que considera um silêncio global.
Além disso, Lula defendeu a ampliação do Conselho de Segurança da ONU, sugerindo a inclusão de países como Alemanha, Japão e Índia. Segundo o presidente, a ONU precisa atualizar seu papel e garantir o respeito às fronteiras definidas em 1967, após a Guerra dos Seis Dias, demonstrando preocupação com a necessidade de um sistema internacional mais representativo e eficaz.
As críticas recentes de Lula representam um endurecimento em relação à crise humanitária em Gaza, agravada por semanas de bloqueio. Em fevereiro de 2024, o presidente já havia comparado a ofensiva israelense à perseguição dos judeus na Segunda Guerra Mundial, gerando forte reação do governo de Israel. Desde então, as relações diplomáticas entre os países permanecem tensas, com a representação brasileira em Tel-Aviv sem embaixador.
Fonte: http://revistaoeste.com