O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) expressou oficialmente sua discordância em relação à ambiciosa meta ambiental do governo Lula de zerar o desmatamento ilegal em todos os biomas brasileiros até 2030. A contestação foi feita em um parecer interno enviado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), conforme divulgado pela Folha de S.Paulo.
No documento, o Mapa argumenta que a meta não se alinha com a realidade do país, classificando a proposta como “praticamente impossível de ser cumprida”. A avaliação integra o Plano Setorial de Uso e Cobertura da Terra em Áreas Públicas, coordenado pelo MMA, que visa ordenar o uso das terras públicas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
A manifestação do Mapa ocorreu em resposta a um pedido do próprio MMA, que solicitou sugestões para o monitoramento das cadeias produtivas com o objetivo de eliminar o desmatamento ilegal em áreas públicas. Em contrapartida, o Mapa rejeitou a responsabilidade sobre a execução dessas medidas, levando a Coordenação de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável do Mapa a se pronunciar sobre o tema.
Em nota, o Ministério do Meio Ambiente rebateu a contestação, reforçando que o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal até 2030 é uma diretriz oficial do governo federal, assumida por 19 ministérios e pelo presidente Lula. O MMA destacou que a meta envolve diversas ações, como a recuperação de vegetação nativa, a regularização fundiária e o ordenamento do território, exigindo uma mobilização conjunta de governos, setor privado e sociedade civil.
A ministra Marina Silva minimizou possíveis conflitos dentro do governo, afirmando que a agenda ambiental segue avançando. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam uma queda no desmatamento na Amazônia de 45,7% até julho de 2024, em comparação com 2022, e de 23,5% no Cerrado. O MMA acredita que a ampliação dessas ações e a adoção de novos instrumentos de controle são cruciais para alcançar a meta até 2030.
Fonte: http://revistaoeste.com
