Em um raro momento de discordância pública, o presidente francês Emmanuel Macron confrontou as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito da guerra na Ucrânia. A divergência ocorreu durante uma coletiva de imprensa conjunta, expondo visões contrastantes sobre a responsabilidade pelo conflito e os caminhos para a paz.
Lula, em suas declarações, criticou o papel da ONU e mencionou conversas com o líder chinês Xi Jinping sobre o tema. O presidente brasileiro expressou preocupação com um suposto ataque ucraniano a um aeroporto na Rússia e mencionou comentários de Donald Trump sobre uma conversa tensa com Vladimir Putin. Lula reiterou sua disposição em contribuir para um processo de paz, desde que ambos os presidentes, Putin e Zelensky, manifestem interesse em negociar.
No entanto, Macron respondeu diretamente às colocações de Lula, enfatizando a necessidade de clareza sobre as responsabilidades no conflito. “Sobre esse assunto eu penso que a melhor orientação são as ideias simples: há um agressor, que é a Rússia, e há um agredido, que é a Ucrânia”, afirmou o presidente francês, demarcando uma posição alinhada ao apoio à Ucrânia.
Macron também ressaltou que uma proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos, e aceita pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, foi consistentemente rejeitada por Vladimir Putin. “Putin iniciou a guerra e não quer um cessar-fogo”, concluiu Macron, reforçando a visão de que a Rússia é o principal obstáculo para a resolução pacífica do conflito.
A Rússia, por sua vez, mantém exigências para um cessar-fogo, incluindo a anexação de cerca de 20% do território ucraniano. Essas condições foram apresentadas em uma rodada de negociações com a Ucrânia em Istambul, Turquia, demonstrando a complexidade e a dificuldade em alcançar um acordo que possa levar ao fim das hostilidades.
Fonte: http://vistapatria.com.br