Alerta na Amazônia: Desmatamento Dispara 92% em Maio, Ameaçando Metas Climáticas do Brasil

O desmatamento na Amazônia brasileira atingiu um patamar alarmante em maio de 2025, com um aumento de 92% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados, divulgados pelo sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelam uma escalada preocupante na destruição da floresta. Os ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia confirmaram os números nesta sexta-feira, 6, levantando sérias questões sobre a eficácia das políticas de preservação.

O governo atribui a devastação a um “novo perfil”, caracterizado pelo colapso de florestas já fragilizadas por incêndios. Esse aumento ocorre em um momento crucial, considerando as promessas reiteradas do Brasil de zerar o desmatamento até 2030, um compromisso firmado como parte de suas metas de redução de emissões. A situação ganha ainda mais relevância com a proximidade da COP-30, que será sediada no país este ano.

Um dado particularmente preocupante é que 51% da área desmatada em maio está relacionada a queimadas. Essa proporção é significativamente maior do que em anos anteriores, quando o corte raso era a principal causa de desmatamento. No total, 960 km² de floresta foram perdidos no mês, impactados por incêndios ocorridos no segundo semestre do ano passado.

De acordo com o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, a degradação florestal associada ao fogo representa uma “realidade nova”. Ele aponta para a combinação de mudanças climáticas e interferência humana como fatores determinantes, exigindo uma revisão da estratégia de combate ao desmatamento. Essa nova dinâmica impõe desafios adicionais às autoridades e à sociedade.

Enquanto a Amazônia enfrenta esse aumento preocupante, outros biomas brasileiros mostram sinais de recuperação. O Cerrado registrou uma queda de 15% no desmatamento em maio em relação a 2024, e o Pantanal apresentou uma redução ainda mais expressiva, de 65%. Apesar desses resultados positivos, o foco permanece na Amazônia, onde o acumulado de agosto de 2024 a maio de 2025 já indica um aumento de 9% em comparação com o período anterior.

A reversão da tendência de queda no desmatamento da Amazônia, observada até o ano passado, levanta sérias dúvidas sobre a eficácia das medidas implementadas pelo governo federal. Entre agosto de 2023 e julho de 2024, o país havia conseguido reduzir o desmatamento em 45,7%. Agora, a curva ascendente representa um revés significativo.

Essa disparada desafia a imagem do Brasil como líder na transição verde e coloca em risco o compromisso de zerar o desmatamento até o final da década. Sem uma resposta firme e transparente, o país corre o risco de enfraquecer sua posição nas negociações internacionais sobre o clima, especialmente às vésperas da COP-30. A comunidade internacional aguarda ações concretas para reverter esse cenário alarmante.

Fonte: http://revistaoeste.com

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