O Governo Federal, por meio da Secretaria de Comunicação Social (Secom), implementou uma rede de monitoramento de redes sociais com um investimento de R$ 54 milhões. A iniciativa, que tem como objetivo oficial combater a desinformação, despertou debates acalorados sobre a sua real finalidade e o potencial uso para fins políticos.
Parcerias com universidades federais, ONGs e agências de checagem compõem a estrutura da rede, que se apresenta como defensora da democracia e da informação verificada. No entanto, a crescente politização do termo “fake news” e a seletividade na atuação da rede levantam questionamentos sobre um possível direcionamento para monitorar e criticar opositores do governo.
A aplicação de recursos da Secom para financiar viagens internacionais, como a participação em um congresso sobre comunicação e “resistência digital” em Cuba, gerou críticas adicionais. A presença de representantes de governos com histórico de restrição à imprensa no evento intensificou as suspeitas de alinhamento ideológico e uso político da iniciativa.
“A escolha do destino e o conteúdo do encontro indicam que a rede pode estar sendo usada como instrumento político”, declarou um membro da oposição, sob condição de anonimato. A falta de transparência nos critérios de identificação de desinformação e a ausência de mecanismos de controle externo independente também contribuem para as preocupações sobre a instrumentalização do projeto.
Embora a Secom garanta a conformidade legal e a prestação de contas por meio de relatórios, a ausência de auditoria externa alimenta a percepção de que a rede pode ser utilizada para fins políticos, como vigiar e enfraquecer adversários. A controvérsia em torno do monitoramento das redes sociais demonstra a importância do debate público sobre o uso de recursos públicos e a garantia da liberdade de expressão.
Fonte: http://vistapatria.com.br