Um alto assessor do presidente russo Vladimir Putin elevou a tensão no conflito com a Ucrânia, ao advertir sobre o risco de uma guerra nuclear. A ameaça foi proferida caso a Ucrânia, com o apoio da OTAN, tente reaver territórios atualmente sob controle russo. A declaração, feita por Vladimir Medinsky, representante de Moscou nas negociações de paz com Kiev, reacende temores sobre a escalada do conflito.
Medinsky, em declarações à agência russa Tass, descartou soluções provisórias para o conflito. Ele argumentou que qualquer cessar-fogo sem um acordo de paz sólido poderia levar a uma situação instável e prolongada, comparando-a à disputa na região de Carabaque entre Armênia e Azerbaijão.
O assessor de Putin enfatizou que uma ofensiva ucraniana apoiada pela OTAN para retomar áreas ocupadas resultaria em consequências catastróficas. “Depois de algum tempo, a Ucrânia, junto com a Otan e seus aliados, entrará na aliança, tentará retomar o território, e isso será o fim do mundo – será uma guerra nuclear”, declarou Medinsky, ressaltando a visão do Kremlin sobre a expansão da OTAN como uma ameaça direta à segurança russa.
Apesar das tensões, Rússia e Ucrânia realizaram uma nova troca de prisioneiros de guerra nesta segunda-feira. Embora o número exato de militares libertados não tenha sido divulgado, Medinsky informou que uma lista com 640 nomes foi enviada à Ucrânia no fim de semana. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou o início do processo, prometendo que a troca seria realizada em etapas nos próximos dias.
O conflito entre Rússia e Ucrânia, que já ultrapassou dois anos, tem como pano de fundo a aproximação de Kiev com o Ocidente e a OTAN. As recentes ameaças nucleares reforçam o impasse diplomático e indicam que um avanço nas negociações depende da aceitação, por parte da Ucrânia, de condições consideradas inaceitáveis por Kiev e seus aliados.
Fonte: http://ric.com.br
