Zambelli na Itália: Embaixador Brasileiro Explica Obstáculos Legais para Prisão e Extradição

O embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, admitiu que a prisão da deputada federal afastada Carla Zambelli (PL-SP) em território italiano enfrenta desafios significativos. A parlamentar, condenada pelo STF a dez anos e oito meses de prisão por suposta invasão de sistemas do CNJ, viajou para a Itália após uma breve passagem pelos Estados Unidos. Sua entrada no país europeu ocorreu utilizando um passaporte de dupla cidadania, precedendo a inclusão de seu nome na difusão vermelha da Interpol.

Mosca, em entrevista à Folha de S.Paulo, detalhou as complexidades da situação. “Mesmo que se saiba que ela está em determinado local, dentro de uma casa, não há mandado de busca”, explicou o embaixador. A polícia italiana, portanto, só poderia efetuar a prisão em local público, o que dificulta consideravelmente a execução da ordem judicial.

Apesar dos obstáculos, o embaixador enfatizou que as autoridades brasileiras estão em contato constante com o governo italiano, por meio de um adido da Polícia Federal e da representação diplomática. O processo de extradição, contudo, depende da detenção prévia da deputada. Mosca foi enfático ao afirmar que a cidadania italiana não confere a Zambelli um status de “intocável”.

O embaixador também trouxe à tona dados relevantes sobre processos de extradição na Itália. “Temos 14 processos de extradição em tramitação na Itália desde 2024, quatro são indivíduos de dupla nacionalidade. Neste ano já tivemos a extradição de um ítalo-brasileiro”, destacou Mosca. A legislação italiana, em consonância com acordos bilaterais como o existente entre Brasil e Itália desde os anos 90, permite a extradição de cidadãos em casos específicos.

Em suas declarações finais, Mosca expressou otimismo cauteloso quanto ao caso Zambelli. “Há uma série de elementos que contribuem para que esse caso da deputada tenha um desfecho favorável”, afirmou. Para o embaixador, o objetivo final não é favorecer um país ou outro, mas sim garantir que a Justiça seja feita.

Fonte: http://revistaoeste.com

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