O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), provocou polêmica ao fazer comentários em tom de brincadeira sobre a separação da região Sul do Brasil. A declaração ocorreu durante o Construa Sul, evento do setor da construção civil realizado em Curitiba, que reuniu os governadores do Paraná e Rio Grande do Sul, Ratinho Júnior e Eduardo Leite, respectivamente.
Mello, ao comentar sobre as futuras relações entre os estados e as próximas eleições, afirmou: “Se o negócio não funcionar muito bem lá para cima, passamos uma trena para o lado de cá e fazemos ‘o Sul é nosso país’, né?”. A fala gerou reações imediatas, evocando o movimento separatista “O Sul é o Meu País”, que defende a criação de um país independente formado pelos três estados da região.
Em um vídeo divulgado posteriormente, o governador esclareceu o contexto de suas declarações, argumentando que sua crítica se direciona à centralização de recursos em Brasília e à política de repasses federais. “Fui brincar de colocar uma trena para tornar o Sul um país e a polêmica se instalou”, disse Mello, minimizando a interpretação separatista de sua fala.
Segundo Mello, Santa Catarina contribui significativamente mais para a União do que recebe em retorno. “Nosso problema não é com os outros Estados, é com essa política de manutenção da pobreza”, declarou. Ele defende que, embora seja justo que regiões mais ricas ajudem as mais pobres, o atual modelo de distribuição de recursos prejudica o Sul.
O movimento “O Sul é o Meu País”, fundado em 1992, advoga pela autodeterminação dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sustentando que a população sulista tem o direito de decidir, por meio de plebiscito, se deseja ou não formar um novo país. A pauta do movimento se baseia em críticas à centralização de recursos, na alegação de que o Sul contribui mais do que recebe, e na construção de uma identidade cultural e histórica própria.
Fonte: http://revistaoeste.com
