O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reacendeu um capítulo polêmico dos eventos de 8 de janeiro ao restabelecer, na noite de quinta-feira (19), a prisão de Antônio Cláudio Alves Ferreira. Ferreira, conhecido como o “homem do relógio”, foi condenado a 17 anos por danificar um relógio histórico de Dom João VI durante a invasão ao Palácio do Planalto.
A decisão de Moraes veio após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) liberar Ferreira, alegando falta de tornozeleiras eletrônicas. O ministro do STF argumentou que o TJ-MG excedeu sua competência e libertou o réu antes do tempo previsto por lei.
Moraes justificou a nova ordem de prisão destacando que, apesar de Ferreira ser réu primário, ele foi condenado por crimes cometidos com violência e grave ameaça. Segundo o ministro, a progressão para o regime semiaberto só poderia ser determinada pelo STF após o cumprimento de ao menos 25% da pena.
Além de determinar a prisão, Moraes ordenou que a conduta do juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, responsável pela soltura de Ferreira, seja investigada pela Polícia do STF. “A conduta do juiz de Direito Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro deve, portanto, ser devidamente apurada pela autoridade policial no âmbito deste STF”, determinou o ministro.
Antônio Cláudio Alves Ferreira foi flagrado por câmeras de segurança dentro do Palácio do Planalto vestindo uma camiseta com a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um momento específico, ele atirou o relógio de Dom João VI ao chão, um item de valor histórico inestimável, presente do governo francês ao monarca há 200 anos.
Fonte: http://revistaoeste.com