Lideranças da Câmara dos Deputados manifestaram forte insatisfação com o que consideram um alinhamento estratégico entre o governo Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, nas decisões relativas às emendas parlamentares. A queixa foi apresentada diretamente aos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) em reunião tensa ocorrida em 16 de junho na residência oficial da presidência da Câmara, em Brasília.
O teor da conversa, revelado pelo jornal Folha de S. Paulo, expõe o crescente descontentamento no Congresso em relação à condução do tema das emendas. Segundo relatos, os líderes transmitiram aos ministros a percepção de que o Executivo estaria interferindo indevidamente na liberação dos recursos, o que foi negado pelos representantes do governo.
A tensão entre o Congresso e o governo Lula se intensificou após Flávio Dino cobrar explicações sobre a execução de emendas parlamentares consideradas “paralelas”. A principal reclamação dos parlamentares reside na lentidão dos repasses, com acusações de que o governo não liberou recursos previstos para 2025.
Diante da cobrança de Dino, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), sinalizaram à ministra Gleisi Hoffmann que poderiam paralisar pautas de interesse do Planalto no Congresso. “A situação é insustentável”, teria afirmado um dos líderes, segundo a Folha, refletindo o clima de animosidade.
O impasse em torno das emendas já resultou em derrotas para o governo Lula na Câmara, mesmo após o aumento de empenhos. A crise expõe a fragilidade da base governista e a crescente insatisfação dos parlamentares com a gestão dos recursos orçamentários.
Fonte: http://revistaoeste.com
