Em uma escalada dramática das tensões no Oriente Médio, os Estados Unidos, sob a liderança do presidente Donald Trump, lançaram a Operação Midnight Hammer, visando três instalações nucleares cruciais no Irã. Os ataques, que ocorreram no sábado (21), marcam um ponto de inflexão em meio a crescentes confrontos entre Irã e Israel, levantando preocupações sobre a estabilidade regional e o futuro do programa nuclear iraniano.
As instalações de Fordow, Natanz e Isfahan, alvos dos ataques, representam o coração do programa nuclear iraniano. Elas abrigam atividades essenciais como o enriquecimento de urânio, o processamento químico e o desenvolvimento de combustível nuclear. Esses locais já estavam sob vigilância da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e, em alguns casos, haviam sido alvos de investidas anteriores, principalmente por parte de Israel.
Fordow, localizada perto de Qom, é um complexo subterrâneo fortificado, projetado para resistir a ataques militares convencionais. A instalação, com salas protegidas a até 90 metros de profundidade, abriga aproximadamente 2.700 centrífugas, segundo dados da AIEA. A descoberta de partículas de urânio com pureza de 83,7% em 2023, próximas do nível necessário para armamento nuclear, intensificou as preocupações sobre suas verdadeiras intenções.
Natanz, situada ao sul de Teerã, é o principal centro de enriquecimento de urânio do Irã. A instalação possui seis edifícios na superfície e três estruturas subterrâneas, com capacidade para abrigar até 50 mil centrífugas. Apesar da retirada dos EUA do acordo nuclear, Natanz ainda estava sujeita a inspeções da AIEA, ao contrário de Fordow, evidenciando a complexidade das relações internacionais em torno do programa nuclear iraniano.
O complexo de Isfahan, por sua vez, é considerado o centro de processamento químico do programa nuclear iraniano. Empregando cerca de 3 mil cientistas, a instalação é responsável pela conversão de óxido de urânio em hexafluoreto de urânio, essencial para o processo de enriquecimento. Além disso, Isfahan abriga unidades militares, incluindo fábricas de drones e aeronaves F-14 Tomcat, herança do regime pré-revolução de 1979.
A extensão dos danos causados pelos ataques americanos ainda é incerta. No entanto, fontes militares dos EUA afirmam que os alvos nucleares estratégicos foram severamente impactados. O governo Trump declarou que a ofensiva representa um “retrocesso irreversível” no avanço nuclear iraniano, uma afirmação que, se confirmada, poderá ter implicações significativas para a segurança regional e global. Segundo Trump, “Fordow já era”.
A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos da situação, ponderando as consequências de longo prazo para a estabilidade do Oriente Médio e o futuro do acordo nuclear iraniano. A escalada de tensões entre EUA e Irã reacende o debate sobre a necessidade de uma solução diplomática para evitar um conflito de proporções ainda maiores.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br