Lula e o Aiatolá: Luto no Brasil, Críticas em Israel Após Morte de Raisi

O recente pesar manifestado pelo presidente Lula da Silva pela morte de Ebrahim Raisi, figura proeminente do regime iraniano, gerou controvérsia e reacendeu debates sobre as afinidades ideológicas na política internacional. A demonstração de luto, expressa em nome do Brasil, contrastou com a reputação de Raisi, conhecido por sua atuação em um sistema político autoritário e repressivo. A atitude de Lula provocou reações, inclusive questionamentos sobre a coerência de tal solidariedade.

O gesto do presidente brasileiro lança luz sobre as complexas relações entre a esquerda revolucionária e o islamismo radical, um tema explorado por autores como David Horowitz e Jamie Glazov. Em suas obras, eles argumentam que a esquerda, após o declínio da União Soviética, encontrou no radicalismo islâmico um novo parceiro para o embate contra o Ocidente. Essa aliança, segundo os autores, revela uma patologia espiritual coletiva, marcada por um “masoquismo ocidental”.

Essa dinâmica explicaria a defesa, por parte de alguns setores da esquerda, de regimes que oprimem mulheres e minorias, em nome de uma agenda anti-imperialista. O foco no combate aos Estados Unidos e a Israel parece relativizar outras questões, como a violação de direitos humanos e a perseguição a grupos vulneráveis. O cônsul de Israel em São Paulo, Rafael Erdreich, expressou surpresa diante da reação de Lula, demonstrando a perplexidade de alguns setores com a postura do governo brasileiro.

Desde seu retorno ao Palácio do Planalto, Lula tem buscado fortalecer laços com regimes de reputação questionável, sinalizando uma prioridade em sua política externa. A autorização para a ancoragem de navios de guerra iranianos em portos brasileiros, sob protestos dos Estados Unidos, exemplifica essa aproximação. Tal postura revela uma escolha clara: a solidariedade se estende a regimes que desafiam os EUA, mesmo que isso signifique ignorar suas práticas repressivas.

Parafraseando Horowitz, o revolucionário, muitas vezes, não luta contra a tirania, mas busca substituí-la. O que Lula parece admirar no Irã é o modelo de poder centralizado, a coerção ideológica e a obediência imposta, elementos que ecoam sua visão de um Estado forte e controlador. A controvérsia em torno da reação à morte de Raisi expõe as tensões e contradições inerentes às relações internacionais e às escolhas ideológicas que as moldam.

Fonte: http://revistaoeste.com

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