Após escapar da privatização no governo Bolsonaro, a Telebras, agora sob a gestão de Lula, planeja expandir significativamente o número de cargos comissionados, saltando de 56 para 88. A medida ocorre em um momento delicado, com a estatal acumulando um prejuízo de R$ 256 milhões em 2024.
Vinculada ao Ministério das Comunicações, a Telebras tem sido palco de intensas articulações políticas. A nomeação do atual presidente, André Leandro Magalhães, especialista em TIC, reflete a influência do União Brasil, partido do presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Essa influência se estende a outras nomeações chave no ministério.
A proposta de ampliação dos cargos comissionados, estimada em R$ 12,3 milhões anuais, já gerou controvérsia. A Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) classificou a medida como “temerária”, apontando que o percentual de cargos comissionados na Telebras, após a mudança, seria desproporcionalmente alto em comparação com outras estatais.
Em defesa, a Telebras argumenta que a expansão é necessária para reforçar sua equipe técnica e atender às demandas de diversos órgãos públicos. A estatal afirma que, mesmo com a convocação de aprovados em concursos, setores estratégicos ainda carecem de profissionais. A empresa alega estar em processo de recuperação desde 2023.
“Em comparação com a gestão anterior, houve redução de 60,5% no prejuízo, crescimento de 20,6% no caixa e alta de 66% no Ebitda”, informou a Telebras em nota à Gazeta do Povo. A ampliação dos cargos e o prejuízo, no entanto, levantam questionamentos sobre a gestão da empresa.
Fonte: http://revistaoeste.com