Congresso Derruba Aumento do IOF e Alcolumbre Aponta ‘Derrota Construída a Várias Mãos’ para o Governo Lula

A rejeição do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) pelo Congresso Nacional representou um revés significativo para o governo Lula, conforme avaliação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre. A decisão, que envolveu uma ampla gama de atores políticos, demonstra a complexidade das relações entre o Executivo e o Legislativo.

Alcolumbre enfatizou que a derrota não deve ser atribuída a um único lado. “É uma derrota para o governo, mas construída a várias mãos”, declarou o senador, buscando minimizar a polêmica e ressaltar a importância da deliberação do Congresso sobre o tema.

A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 314/2025 com expressiva maioria de 383 votos favoráveis, enquanto apenas 98 deputados se opuseram. O Senado, por sua vez, aprovou o texto em votação simbólica, barrando a proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que visava aumentar a arrecadação federal.

Apesar da proximidade com o presidente Lula, Alcolumbre não escondeu o desconforto diante das críticas direcionadas ao Congresso. Ele responsabilizou o Palácio do Planalto pelo desgaste na relação entre os poderes, defendendo a legitimidade do Parlamento em deliberar sobre projetos de decreto legislativo.

“O que nós não podemos aceitar e não vamos aceitar são ofensas e agressões por uma decisão legítima do Parlamento”, afirmou Alcolumbre, ressaltando que o Congresso está exercendo seu papel institucional. Ele mencionou a existência de centenas de PDLs em tramitação, demonstrando que a rejeição do IOF não representa uma afronta ao governo, mas sim o exercício regular das funções legislativas.

Recentemente, a relação entre Alcolumbre e o governo Lula se deteriorou, especialmente após críticas sobre o impacto de vetos derrubados no marco das eólicas offshore. Além disso, a demora na liberação de emendas parlamentares também contribuiu para o aumento da tensão entre o Congresso e o Executivo.

Alcolumbre também comentou sobre a reação negativa da sociedade em relação ao decreto do IOF, admitindo que parte da resistência ocorreu sem o entendimento completo do texto. Ele reconheceu que “o governo editou um decreto que foi rapidamente rechaçado pela sociedade brasileira”, evidenciando a falta de comunicação eficaz por parte do governo na apresentação da proposta.

A votação do PDL surpreendeu a base governista, que tentou articular uma resposta liderada pela ministra Gleisi Hoffmann. No entanto, a aceitação da derrota prevaleceu, demonstrando a força do Congresso e a necessidade de maior diálogo entre os poderes para a aprovação de medidas importantes para o país.

Fonte: http://revistaoeste.com

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