Um novo relatório do MapBiomas revela um cenário alarmante para o meio ambiente brasileiro. Em 2024, a Amazônia registrou o maior volume de queimadas desde 1985, com 15,6 milhões de hectares devastados pelo fogo. O Relatório Anual do Fogo (RAF) aponta um aumento de 117% em relação à média histórica, expondo a fragilidade do bioma e desafiando os esforços de conservação.
Os dados representam um revés para a imagem ambiental do Brasil, especialmente no ano em que o país se prepara para sediar a COP30 em Belém. A Amazônia, sozinha, respondeu por mais da metade da área queimada em todo o território nacional em 2024, acendendo um alerta sobre a necessidade de ações mais efetivas para conter o avanço do fogo.
Um dado preocupante é que, pela primeira vez em quase 40 anos, a vegetação florestal da Amazônia superou as pastagens como o ecossistema mais atingido. Foram 6,7 milhões de hectares de floresta consumidos pelas chamas, em comparação com 5,2 milhões de hectares de pastagens. A extensão total do país já atingida por queimadas desde 1985 corresponde a uma área semelhante à soma dos estados do Pará e Mato Grosso.
O relatório revela ainda que o Cerrado permanece como um dos biomas mais vulneráveis, com 10,6 milhões de hectares queimados em 2024. A recorrência dos incêndios no Cerrado também é alarmante, com um aumento de 16 vezes nos últimos 40 anos. Três estados concentram quase metade das áreas queimadas no país desde 1985: Mato Grosso, Pará e Maranhão, somando 47% da devastação registrada.
Em contrapartida, a Caatinga e o Pampa apresentaram queda nos registros de incêndios em 2024, possivelmente devido à influência das chuvas trazidas pelo El Niño. No entanto, especialistas alertam que essa diminuição é momentânea e não representa uma tendência duradoura de melhora ambiental nesses biomas. A situação geral exige atenção redobrada e medidas urgentes para proteger os biomas brasileiros do avanço das queimadas.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br