O governo russo anunciou a tomada completa da República Popular de Lugansk (RPL), nesta segunda-feira, marcando um ponto crucial em mais de uma década de confrontos no leste da Ucrânia. Segundo autoridades russas, todas as áreas anteriormente sob controle ucraniano foram recuperadas, consolidando o domínio de Moscou sobre a região separatista.
Leonid Pasechnik, chefe regional da RPL, declarou que “o território de Lugansk foi totalmente libertado, 100%”. A declaração sinaliza uma nova fase no conflito, com a Rússia buscando consolidar seus ganhos territoriais e expandir sua influência na região.
A ofensiva russa em Lugansk intensificou-se a partir de 2014, após protestos de moradores de língua russa contra o governo ucraniano pós-Yanukovich. A escalada resultou na declaração da RPL e em confrontos armados, apesar de tentativas de cessar-fogo, como os Acordos de Minsk.
Desde o início da chamada “operação militar especial” em fevereiro de 2022, a Rússia avançou progressivamente, ocupando cidades estratégicas e culminando na tomada de Lisichansk em julho do mesmo ano. Em setembro de 2022, um referendo controverso resultou na anexação formal da região à Federação Russa.
Apesar dos anúncios de controle total, a Rússia intensificou suas operações de defesa aérea na região, respondendo a ataques com mísseis e drones lançados pelas forças ucranianas. “As defesas aéreas aqui na República têm trabalhado sem parar na última hora”, relatou um correspondente local, evidenciando a persistência das tensões.
Em paralelo, o Kremlin anunciou planos para revitalizar a economia das regiões anexadas, com metas ambiciosas de atingir o nível médio de qualidade de vida da Rússia até 2030. Putin destacou o “poderoso recomeço da economia” local, abrangendo projetos de infraestrutura, educação e apoio financeiro às famílias.
Enquanto a Rússia declara o controle de Lugansk, confrontos continuam em outras áreas da Ucrânia. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, reafirmou que a operação militar prossegue até que Kiev cumpra as condições de Moscou, incluindo a desmilitarização e o reconhecimento das regiões incorporadas. A situação permanece tensa e incerta, com a guerra na Ucrânia entrando em uma nova fase.
Fonte: http://vistapatria.com.br