O cenário político brasileiro observa uma reconfiguração das forças de direita, com a eleição de 2026 no horizonte. A liderança antes centralizada em Jair Bolsonaro enfrenta desafios, abrindo espaço para diferentes correntes ideológicas. PL, Partido Novo e o recém-criado Missão despontam como protagonistas, cada um com suas particularidades e estratégias para o futuro.
Essa análise foca nos partidos com identidade de direita bem definida. Legendas que orbitam o governo Lula, mesmo se declarando de direita, e partidos de centro que se opõem ao governo, como PSDB e Cidadania, são excluídos desta avaliação.
O Partido Liberal (PL), que abrigou Bolsonaro, paradoxalmente, demonstra maior força numérica, mas carece de coesão ideológica. Valdemar Costa Neto controla a legenda, abrigando desde figuras tradicionais do fisiologismo até apoiadores fervorosos de Bolsonaro e liberais-conservadores. “O partido visa a poder e fundo eleitoral, não reformas estruturais”, observa o cientista político Bernardo Santoro.
O Partido Novo busca se reafirmar após um período de desgaste, recentrando-se em um liberalismo mais institucional e conservador. A legenda atrai quadros técnicos e gestores focados em responsabilidade fiscal e desburocratização, visando um eleitorado que busca uma direita racional e menos radical.
A Missão, por sua vez, surge com uma abordagem peculiar, combinando o discurso econômico liberal com uma retórica mais emocional e igualitária. Inspirada no liberalismo francês, a Missão defende uma ruptura com o que chama de “regime estamental brasileiro”, almejando um Estado forte para derrubar privilégios e burocracias.
O cenário para 2026 é incerto, mas a alta rejeição ao PT e ao lulismo pode abrir caminho para a direita. No entanto, falta um nome que consiga unir as diferentes forças. O PL, apesar de sua força eleitoral, enfrenta o desafio de encontrar um líder capaz de dialogar com diferentes setores da sociedade.
O Novo, por sua vez, busca consolidar-se como a direita técnica e reformista, enquanto a Missão almeja ocupar espaço e criar identidade, mesmo que de forma polêmica. A recomposição da direita brasileira dependerá da capacidade de articulação e da apresentação de soluções para os problemas do país. A era dos mitos pode estar chegando ao fim, dando lugar a uma direita mais madura e plural.
Fonte: http://revistaoeste.com