Uma reportagem revelou que a visita do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama Janja da Silva à Favela do Moinho, em São Paulo, foi organizada por uma ONG com supostos laços com o PCC. A Associação da Comunidade do Moinho, presidida por Alessandra Moja Cunha, irmã de um traficante apontado como chefe do tráfico local, teria intermediado a agenda. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) investiga a região como área de influência da facção criminosa.
Documentos obtidos apontam que a sede da Associação é investigada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) como possível ponto de distribuição de drogas. A visita presidencial foi precedida de encontros entre representantes do governo e a referida Associação. Dois dias antes da visita, o ministro Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) esteve na comunidade para coordenar o evento, onde Lula anunciou um acordo para realocar as famílias da área, que pertence à União, e transformar o terreno em parque.
O ministro Márcio Macêdo negou qualquer pauta paralela, assegurando que o diálogo se concentrou na questão habitacional. “O diálogo com lideranças comunitárias é parte fundamental da atuação de qualquer governo comprometido com políticas de inclusão social, habitação e valorização da cidadania”, afirmou em nota. A agenda contou com a presença de outras autoridades, como a secretária-executiva da Secretaria-Geral, Kelli Mafort, e representantes de diversos ministérios.
A sede da associação, localizada na Rua Doutor Elias Chaves, foi alvo de apreensões de drogas pela Polícia Civil em 2023, e o local é citado em denúncia do MP-SP como ponto logístico do tráfico. A presidente da entidade, Alessandra Moja Cunha, possui histórico criminal, incluindo uma condenação por homicídio em 2005. Segundo o Gaeco, a família Moja teria se aproveitado da ausência do Estado na região para instalar um ambiente de práticas criminosas.
Desde novembro de 2024, representantes da Associação participaram de diversas reuniões com membros do governo federal. A interlocução inicial foi feita por Celso Santos Carvalho, superintendente da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) em São Paulo, que também acompanhou a visita do ministro Macêdo à favela. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) informou que a segurança da comitiva foi rigorosa e que não foi identificado qualquer risco à integridade das autoridades presentes. A Secom ressaltou a importância do diálogo com representantes comunitários para políticas públicas de inclusão e moradia, mencionando Flavia Maria da Silva como liderança da comunidade com interlocução direta com o presidente.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br