Os Estados Unidos elevaram o tom contra a União Europeia, acusando o bloco de promover a censura de vozes críticas aos governantes nas redes sociais. O Departamento de Estado expressou forte preocupação com o que considera restrições à liberdade de expressão sob o pretexto de combater conteúdos ilegais, intensificando o debate transatlântico sobre a governança do espaço digital.
A crítica direta veio em resposta a declarações da Missão da França nas Nações Unidas, que defendeu a abordagem europeia de moderação de conteúdo. Para os EUA, a Lei de Serviços Digitais (DSA) da UE, que estabelece regras rigorosas para plataformas online, concede poder excessivo aos governos para controlar o discurso online, culminando na supressão de críticas legítimas.
“Milhares estão sendo condenados pelo crime de criticar seus próprios governos”, alertou o Departamento de Estado, enfatizando que “censura não é liberdade”. A administração americana argumenta que a DSA, ao invés de proteger os cidadãos, serve para blindar os líderes europeus de escrutínio público.
As divergências sobre a regulação digital se acentuaram desde o retorno de Donald Trump à presidência, com a recente decisão da Comissão Europeia de adiar a taxação de empresas de tecnologia americanas sendo vista como um sinal de alívio nas tensões. Contudo, a questão da liberdade de expressão online permanece um ponto de discórdia.
Em fevereiro, o vice-presidente JD Vance já havia manifestado preocupação com o cerco da UE a plataformas digitais e ações contra cidadãos por publicações consideradas “misóginas”. Vance chegou a expressar receios sobre planos da UE de encerrar redes sociais durante períodos de agitação civil, classificando a medida como “profundamente preocupante”.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br