O presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen, anunciou o cancelamento de sua participação na COP30, que será realizada em Belém, citando os altos custos de hospedagem como principal motivo. A decisão, divulgada pela emissora pública austríaca ORF, levanta preocupações sobre a viabilidade da presença de representantes de países em desenvolvimento no evento climático crucial.
Van der Bellen reconheceu a importância da conferência e o significado simbólico de sediá-la na Amazônia, mas justificou a ausência devido a restrições orçamentárias. “Os custos particularmente altos para a participação do Presidente Federal na COP deste ano, além da delegação austríaca de negociadores, não estão dentro da estrutura orçamentária apertada da Chancelaria Presidencial por razões logísticas”, afirmou.
Com a ausência do presidente, o ministro do Meio Ambiente austríaco, Norbert Totschnig, representará o país na COP30. A decisão austríaca lança luz sobre um problema maior: a dificuldade de países mais pobres em arcar com os custos de participação em eventos internacionais, especialmente em um contexto de inflação global e orçamentos limitados.
André Corrêa do Lago, presidente da COP30, expressou preocupação com a possível ausência de países em desenvolvimento, alertando para a perda de legitimidade da conferência. “Temos que encontrar uma maneira de que eles possam estar em Belém. Com a ausência dos países pobres, ficaria uma COP sem legitimidade”, declarou.
A ONU estabeleceu um orçamento de US$ 143 por dia para alimentação e hospedagem, valor que se mostra insuficiente diante dos preços praticados em Belém. O governo brasileiro tem buscado negociações com a rede hoteleira local, sem sucesso até o momento, e o escritório climático da ONU convocou uma reunião de emergência para discutir a questão.
A situação se agravou após 25 países, incluindo o bloco dos Países Menos Desenvolvidos (LDC), composto por 44 nações em desenvolvimento, enviarem uma carta oficial questionando os altos custos. A possibilidade de a alta dos preços impedir a participação dessas nações é vista como uma ameaça à legitimidade do evento, conforme ressaltou o presidente da COP30: “Os altos preços podem inviabilizar a vinda dessas nações, mas o país deve agir, sob pena de que isso fira a legitimidade do evento”.
Fonte: http://vistapatria.com.br