A participação da primeira-dama Janja da Silva em um evento de moda com estilistas em Paris, ocorrido em junho, está gerando polêmica. Estimativas apontam que a iniciativa pode ter custado milhões de reais aos cofres públicos, levantando questionamentos sobre a transparência dos gastos governamentais. O influenciador digital Arthur Schreiber, advogado e mestre em história política, tem liderado a análise dos custos.
Schreiber alega que o governo não divulgou todos os detalhes financeiros relacionados à participação de Janja no evento. Através de um levantamento próprio, ele calculou que a locação do espaço para a cerimônia, no Café de l’Homme com vista para a Torre Eiffel, consumiu cerca de R$ 150 mil. Essa quantia representa apenas uma fração do total estimado.
Além da locação, a produção do desfile, que teve Janja como espectadora, teria custado aproximadamente R$ 240 mil. Esse valor inclui a montagem da passarela, a estruturação da iluminação e os serviços de som. “Cinegrafia digna de semana da moda”, ironiza Schreiber, contrastando os gastos com as dificuldades enfrentadas por escolas e hospitais devido a cortes de verba.
O influenciador também aponta para os gastos com passagens aéreas e hospedagem de estilistas que viajaram do Brasil para Paris, estimando um custo de R$ 300 mil, considerando cinco diárias. Soma-se a isso R$ 210 mil em serviços gastronômicos para cerca de 150 convidados, com cardápio assinado pela chef brasileira Morena Leite.
Por fim, Schreiber calcula que despesas com segurança, maquiagem, equipe de apoio, cabeleireiros e marketing podem ter alcançado R$ 450 mil. No total, os custos estimados do evento giram em torno de R$ 1,5 milhão. Até o momento, o governo federal não se manifestou sobre o levantamento.
“É a engrenagem perfeita que transforma um evento restrito em espetáculo midiático”, critica Schreiber. “Sem prestar contas, claro, para quem paga a conta. O governo gasta, esconde e ainda chama de diplomacia cultural.” A falta de transparência nos gastos tem gerado críticas e levanta debates sobre as prioridades do governo e a utilização de recursos públicos.
Fonte: http://revistaoeste.com