O presidente Luiz Inácio Lula da Silva gerou repercussão ao revelar, durante um discurso no Palácio do Planalto, que teria dito a Donald Trump que o ex-presidente americano enfrentaria um julgamento similar no Brasil se a invasão ao Capitólio dos EUA tivesse ocorrido em território brasileiro.
Lula enfatizou que, sob a Constituição de 1988, a justiça brasileira deve ser aplicada a todos, sem distinção entre nacionais e estrangeiros residentes. “Eu disse ao presidente Trump, que se tivesse acontecido no Brasil o que aconteceu no Capitólio, ele estaria sendo julgado aqui também. Porque aqui, depois da nossa Constituição de 1988, a justiça nesse país tem que ser para todos, para brasileiros e estrangeiros residentes aqui”, justificou o presidente.
Além da questão do Capitólio, Lula criticou as sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil e questionou a alegação de déficit comercial americano com o país. Ele argumentou que os EUA acumularam um superávit de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos, considerando bens e serviços.
O presidente lamentou o que considera um distanciamento em relação a uma parceria histórica de 201 anos, mencionando inclusive o golpe de 1964. “Veja que até relevamos o golpe de 1964”, disse Lula, minimizando o papel da embaixada americana e da presença naval dos EUA no passado brasileiro em nome da paz.
Lula defendeu a autonomia do Poder Judiciário brasileiro, assegurada pela Constituição, e rejeitou acusações de violações aos direitos humanos. Ele enfatizou que os julgamentos em andamento no Brasil seguem as regras democráticas, com base em provas, testemunhas e presunção de inocência. “O que estamos fazendo é aquilo que é feito apenas em países democráticos. Julgando alguém com base em provas coletadas e testemunhas, e com total direito de presunção de inocência”, concluiu.
Fonte: http://revistaoeste.com