O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), agendou para esta quarta-feira, 13, uma acareação crucial entre o tenente-coronel Mauro Cid e o coronel Marcelo Câmara. O objetivo é confrontar as versões divergentes apresentadas pelos dois militares, ambos réus em processos relacionados à investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. A sessão está marcada para ocorrer na sede da Corte, em Brasília, às 11h30.
Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada e atuou como ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, é um dos principais nomes do chamado núcleo 1 da ação. Já Marcelo Câmara, ex-assessor presidencial, encontra-se preso preventivamente e integra o núcleo 2 da investigação. Ele deverá comparecer à acareação utilizando tornozeleira eletrônica.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que Câmara teria desempenhado um papel central na coordenação de ações de monitoramento e neutralização contra autoridades, incluindo o próprio ministro Alexandre de Moraes. Os investigadores apontam que ele teria repassado informações sobre os deslocamentos e compromissos do magistrado a Mauro Cid.
A defesa de Marcelo Câmara solicitou a acareação, argumentando que existem inconsistências nos relatos de Cid. Segundo os advogados, o delator teria afirmado que o coronel monitorou tanto Moraes quanto a chapa de Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral. Eduardo Kuntz, advogado de Câmara, declarou ao portal Poder360 que o encontro servirá para “desmistificar as interpretações erradas feitas pela PGR nas declarações do delator”.
O coronel Câmara nega veementemente as acusações. Ele afirma não ter participado de nenhum monitoramento, desconhecer o propósito das informações que recebeu e nunca ter tido contato com qualquer minuta de golpe. Além disso, o militar já negou ter acompanhado os passos de Moraes, Lula ou do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Fonte: http://revistaoeste.com
