O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou forte desaprovação em relação à decisão do governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, de revogar os vistos de entrada de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A crítica foi proferida durante a abertura da 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária (Conaes), nesta quarta-feira (13).
“Isso não é forma de comportamento de um presidente da maior economia do mundo. Isso não é civilidade”, declarou Lula, enfatizando o que considera ser um retrocesso nos padrões de conduta internacional. O presidente brasileiro questionou a imagem que os EUA projetaram por décadas, contrastando-a com a ação de Trump.
Lula também contrapôs a realidade democrática brasileira com a dos Estados Unidos, argumentando que o Brasil, em muitos aspectos, supera a democracia norte-americana. “Não é possível que ele não conheça que este país aqui, em muitas coisas, é muito mais democrático que os Estados Unidos da América do Norte”, afirmou, demonstrando surpresa com a medida.
A revogação dos vistos, segundo informações, atinge não apenas ministros do STF, mas também ex-integrantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), incluindo Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-funcionário do governo, sob a alegação de “cumplicidade” com o programa “Mais Médicos”. O senador Marco Rubio já havia anunciado a revogação do visto do ministro Alexandre de Moraes.
De acordo com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, oito ministros do Supremo tiveram seus vistos cancelados: Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flavio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes. A decisão de Washington ocorreu logo após a Polícia Federal deflagrar operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, intensificando o debate político em torno do caso.
Fonte: http://vistapatria.com.br
