A fama do Rio de Janeiro como um local desafiador se confirma a cada dia, onde a experiência por si só não garante a segurança. Um caso recente ilustra essa realidade: um motorista, seguindo a rota sugerida pelo Waze, acabou inadvertidamente entrando em uma favela, expondo-se a riscos inimagináveis.
Anderson Diego Bonfim, de 30 anos, e seus acompanhantes retornavam da Tijuca quando o aplicativo os guiou para o Jacarezinho. A situação demandou a aplicação de um conhecimento tácito, um “protocolo de sobrevivência” que muitos cariocas aprendem a duras penas.
“Lembrei do protocolo que um morador de comunidade me passou uma vez”, relatou Anderson, que seguiu a regra de ouro: manter a calma e realizar manobras suaves, sinalizando suas intenções para evitar ser confundido com uma ameaça. Ações bruscas poderiam ter consequências fatais.
A insegurança no Rio se manifesta de diferentes formas. Fora das favelas, a ameaça constante de roubos exige um estado de alerta permanente. Karina Pacheco, ao perceber que estava sendo seguida, buscou refúgio e solidariedade em desconhecidos, que a protegeram até que o perigo passasse.
Os números confirmam a percepção de insegurança. Um relatório do Instituto de Segurança Pública do Estado revelou um aumento de quase 40% nos casos de roubo de celular em 2024. Os latrocínios, embora apresentem uma leve queda, mantêm um nível alarmante, reforçando a triste constatação de que, no Rio de Janeiro, sobreviver exige uma combinação de cautela e, infelizmente, uma dose de sorte.
Fonte: http://revistaoeste.com