Alexander Soros, presidente do conselho da Open Society Foundations, criticou duramente as políticas do governo Trump em relação ao Brasil, afirmando que as tarifas e ameaças “vão sair pela culatra”. Em entrevista à *Folha de S.Paulo*, o filho do bilionário George Soros questionou as ações do ex-presidente americano e o impacto no cenário político brasileiro.
Soros argumenta que as recentes medidas de Trump podem fortalecer a popularidade do presidente Lula. “Ele está tornando Lula mais popular”, declarou Alexander, que recentemente assumiu a liderança da fundação com ativos avaliados em US$ 25 bilhões.
A crítica surge após uma visita de Alexander Soros a Brasília, onde se reuniu com figuras importantes do governo Lula, incluindo os ministros Fernando Haddad, Marina Silva e Anielle Franco. O encontro também contou com a presença de parlamentares como Erika Hilton e Túlio Gadêlha, além de um evento no BNDES no Rio de Janeiro.
“É indiscutível que o objetivo de Trump com o Brasil é uma tentativa de mudança de regime”, declarou Soros à *Folha*, acusando o ex-presidente de tentar forçar a saída de Lula da Presidência. Ele também alegou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro estaria influenciando a política americana em relação ao Brasil, tornando qualquer negociação com Trump inviável.
Soros comparou as ações de Trump às de Vladimir Putin na Ucrânia, alertando sobre a ameaça à soberania dos países. Ele defendeu alianças multilaterais para proteger a autonomia nacional e criticou a crescente influência das *big techs*. “As *big techs* são, hoje, mais poderosas que países”, alertou.
Alexander Soros também abordou o financiamento de projetos progressistas pela Open Society Foundations no Brasil, incluindo iniciativas de “inclusão democrática, empregos verdes e justiça climática”. A fundação apoia movimentos feministas e de minorias, além de projetos de redução de danos e soluções comunitárias para o crime.
A Open Society é conhecida por financiar organizações como a Sleeping Giants Brasil, além de outras entidades como a Planned Parenthood e ativistas como Greta Thunberg. Nos Estados Unidos, a fundação planeja priorizar as eleições de meio de mandato de 2026 como forma de confrontar o governo Trump, apoiando iniciativas que visem a vitória.
Soros elogiou o candidato socialista à prefeitura de Nova York, Zohran Mamdani, que defende o boicote a Israel. Ele também defendeu investimentos em mídia e comunicação para equilibrar a influência entre veículos de direita e esquerda, incentivando democratas ricos a apoiar meios de comunicação progressistas.
Fonte: http://revistaoeste.com