Justiça em Santa Catarina Retrocede e Determina Prisão de Suspeito com 200 kg de Cocaína Após Liberação Polêmica

A Justiça de Santa Catarina reverteu uma decisão controversa e ordenou a prisão preventiva de Julian Felipe Feitosa, flagrado com 200 quilos de cocaína. A decisão inicial, que havia libertado o suspeito, foi alvo de um recurso do Ministério Público, que contestou a soltura. O caso ganha contornos semelhantes a um episódio recente em São Paulo, levantando debates sobre a atuação da Justiça em casos de tráfico de drogas.

Julian Felipe Feitosa foi preso em flagrante no bairro Vila Real, em Balneário Camboriú, acusado de armazenar 175,6 quilos de cocaína e 12,7 quilos de crack em sua residência. O valor total das drogas apreendidas ultrapassa a marca de R$ 10 milhões, conforme estimativa da Justiça. Na audiência de custódia, o Ministério Público defendeu a manutenção da prisão preventiva, considerando o envolvimento do investigado em tráfico de larga escala.

Durante o interrogatório, Feitosa alegou não ser traficante, afirmando que apenas guardava os entorpecentes para terceiros. O juiz de primeira instância justificou a soltura pela ausência de antecedentes criminais. No entanto, o Ministério Público recorreu, reforçando que a prisão era necessária para garantir a ordem pública, além de ressaltar o risco de fuga e a gravidade do crime, dada a enorme quantidade de drogas apreendidas.

A promotoria destacou que a quantidade de crack apreendida poderia ser convertida em mais de 127 mil pedras. Além disso, alertou para a ausência de vínculo empregatício formal do suspeito. Diante dos argumentos, um novo mandado de prisão preventiva foi expedido antes do julgamento final do recurso.

Na decisão que determinou o retorno de Feitosa à prisão, o juiz Lenoar Bendini Madalena considerou que as provas reunidas no inquérito invalidavam os fundamentos da soltura. “Isso porque, por óbvio, não é qualquer traficante que possui tamanha quantidade de estupefacientes”, argumentou o magistrado, evidenciando a gravidade do caso.

O juiz também ressaltou a logística sofisticada envolvida no crime, incluindo o uso de veículo próprio para transportar as drogas até o local de armazenamento. “Ora, todos os pormenores do caso levam este juízo a crer que o crime aqui descoberto é daqueles de grandes proporções”, acrescentou o magistrado.

Em São Paulo, um caso semelhante ocorreu em Itu, onde um homem foi preso transportando 224 quilos de pasta-base de cocaína e 90 quilos de crack. Thiago Zumiotti da Silva foi liberado em audiência de custódia, mas o Ministério Público paulista recorreu para reverter a decisão e aguarda um novo posicionamento da Justiça.

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, criticou a decisão inicial da Justiça. “Decisão absurda que liberou um traficante com mais de 200 kg de pasta-base de cocaína por considerar uma ‘pequena quantidade’”, escreveu em rede social. “Isso é desrespeito com o trabalho policial e, principalmente, com a população.”

Fonte: http://revistaoeste.com

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *