A Microsoft demitiu dois funcionários, Anna Hattle e Riki Fameli, na quarta-feira (27), após um protesto interno contra os contratos da empresa com Israel. O protesto ocorreu no escritório do presidente da Microsoft, Brad Smith, nos Estados Unidos, intensificando o debate sobre o envolvimento de empresas de tecnologia em zonas de conflito.
Segundo a Microsoft, as demissões foram motivadas por “graves violações das políticas da empresa e do nosso código de conduta”, referindo-se à “invasão aos escritórios executivos”. Hattle e Fameli estavam entre os sete manifestantes presos na terça-feira (26), sendo os demais ex-funcionários ou pessoas sem vínculo com a empresa.
O grupo No Azure for Apartheid, responsável pelo protesto, alega que Hattle e Fameli foram comunicadas da demissão por mensagem de voz. Em comunicado, Hattle declarou que a Microsoft está “providenciando a Israel as ferramentas necessárias para a manutenção do genocídio em Gaza”, acusando a empresa de manipular seus funcionários sobre a questão.
A controvérsia ganhou força após uma reportagem do The Guardian, em colaboração com veículos palestinos e israelenses, revelar que a Unidade 8200, agência de inteligência militar de Israel, estaria usando a plataforma Azure da Microsoft para armazenar milhões de chamadas interceptadas de palestinos. A Microsoft declarou estar conduzindo uma investigação interna “urgente” para apurar possíveis violações dos termos de serviço.
Brad Smith já havia comentado que a empresa respeita a liberdade de expressão, “desde que o façam de forma legal”. Em abril, a Microsoft demitiu dois funcionários após interromperem um discurso do CEO de IA, Mustafa Suleyman, durante um evento. A pressão sobre a Microsoft aumenta com o No Azure for Apartheid exigindo o rompimento de contratos com Israel e indenizações aos palestinos.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br
