A recente megaoperação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) deflagrou uma disputa de protagonismo que elevou a tensão entre os governos federal e de São Paulo. O choque ficou evidente quando o Ministério da Justiça e a Polícia Federal (PF) agendaram uma coletiva de imprensa no mesmo horário definido pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) e pela Secretaria de Segurança Pública paulista.
A manobra foi vista por assessores do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) como uma tentativa do governo federal de se apropriar dos louros de um trabalho que o estado já vinha desenvolvendo. “A operação estadual é mais abrangente e aprofundada”, afirmam fontes do governo paulista, ressaltando o investimento em inteligência do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e da Secretaria de Segurança Pública.
O Ministério da Justiça alegou que a coincidência de horários foi mera casualidade, afirmando que os convites para a imprensa foram enviados logo às 7h da manhã. Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, justificou que as operações precisavam ocorrer simultaneamente por envolver alvos em comum.
Contudo, nos bastidores, integrantes do governo paulista enxergam a situação como uma antecipação da disputa eleitoral de 2026, com a segurança pública despontando como um tema sensível para a gestão federal. A operação conjunta resultou em apreensões significativas e revelou esquemas financeiros complexos ligados ao PCC.
Em meio à crescente tensão, tanto o presidente Lula da Silva quanto o governador Tarcísio de Freitas utilizaram a imprensa para destacar a atuação de seus respectivos governos, demonstrando que a disputa pelo controle narrativo da segurança pública está apenas começando.
Fonte: http://revistaoeste.com