O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se prepara para possíveis repercussões internacionais decorrentes do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). A expectativa é de que uma eventual condenação possa desencadear uma nova onda de sanções por parte dos Estados Unidos, intensificando a tensão nas relações bilaterais.
O julgamento, que terá início na próxima terça-feira, 2, analisará acusações de tentativa de golpe de Estado durante os eventos de 8 de janeiro de 2023. Bolsonaro é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o principal articulador e beneficiário das ações que visavam mantê-lo no poder após a derrota nas eleições de 2022.
Fontes da administração Trump revelaram o acompanhamento atento do julgamento, algo incomum em processos do STF. Em Washington, estão sendo consideradas medidas como sanções financeiras a integrantes do STF, restrições de vistos e ajustes nas tarifas sobre produtos brasileiros, reacendendo o debate sobre a interferência externa na justiça brasileira.
Em julho, o governo americano já havia sancionado o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, com base na Lei Magnitsky, limitando seu acesso a serviços financeiros e tecnológicos. A decisão final sobre novas medidas, conforme interlocutores norte-americanos, dependerá exclusivamente de Donald Trump.
“O exato conteúdo dessas possíveis novas medidas, segundo interlocutores norte-americanos, dependerá exclusivamente da decisão de Trump”, ressalta a reportagem original. O governo Lula, por sua vez, avalia internamente possíveis retaliações, embora diplomatas alertem para a demora na implementação de medidas recíprocas, com efeitos práticos previstos apenas para o final de 2025 ou início de 2026.
Fonte: http://revistaoeste.com