Rever jogadas de craques do passado nas redes sociais é um deleite para os amantes do futebol. Ronaldo, Ronaldinho, Zico e Rivellino despertam admiração, mas é a magia de Mané Garrincha que realmente cativa. O “Anjo das Pernas Tortas” personificava o espetáculo, transcendendo o simples jogador de futebol.
Garrincha era a personificação da alegria para o povo brasileiro. Seus dribles e jogadas desconcertantes eram um bálsamo em meio à dureza do cotidiano. No entanto, paira a triste constatação de que esse mesmo povo, que tanto se alegrou com seu talento, o abandonou quando sua carreira chegou ao fim.
Embora tenha havido o “Jogo da Gratidão” em 1973, a sensação persistente é de que Garrincha definhou aos poucos, vítima da bebida e do abandono coletivo. Surge então a questão: o governo poderia ter agido? Uma intervenção, um gesto oficial, talvez pudessem ter mudado o curso de sua história.
“Garrincha deveria ter sido ‘tombado’ pelo Brasil, declarado Patrimônio Cultural Imaterial”, argumenta o autor. Essa medida, segundo ele, garantiria a assistência necessária para que o ídolo vivesse mais e com dignidade. Apesar das possíveis críticas sobre o custo dessa ação, o impacto de Garrincha no imaginário brasileiro é imensurável.
A genialidade de Garrincha transcende fronteiras. Se argentino fosse, igrejas em sua homenagem se espalhariam por Buenos Aires. Se americano, Washington poderia ser rebatizada em sua honra. Se italiano, rivalizaria com o Papa em popularidade. No Brasil, lamentavelmente, sua memória parece desvanecer para as novas gerações. Cabe a nós, portanto, manter viva a chama desse talento inigualável.
Fonte: http://revistaoeste.com