O segundo dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus, acusados de tentativa de golpe de Estado, foi encerrado nesta quarta-feira (3) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A sessão, que antecede um recesso, foi dedicada às alegações finais das defesas, incluindo a do próprio ex-presidente. A expectativa agora se volta para o dia 9 de setembro, data da retomada do julgamento, quando o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, apresentará seu voto.
As sustentações orais das defesas buscaram desconstruir a tese de intenção golpista. Paulo Cunha Bueno, advogado de Bolsonaro, enfatizou que, em sua visão, “se o julgamento for estritamente jurídico, não há porque condenar” o ex-presidente. Ele classificou a acusação como uma “narrativa fantasiosa”, depositando esperanças em uma análise imparcial do caso.
Contraditoriamente, a defesa do general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, apresentou uma versão em que o general teria atuado para dissuadir Bolsonaro de ações antidemocráticas. Segundo o advogado Andrew Farias, Nogueira teria “atuado ativamente para demover o presidente da República de qualquer medida nesse sentido (de rompimento do Estado democrático de direito)”. Essa divergência entre as linhas de defesa pode influenciar o desenrolar do julgamento.
Cunha Bueno rebateu a versão, asseverando que Bolsonaro “jamais teve qualquer intuito golpista”. Ele argumentou que os fatos apresentados não se enquadram nos crimes imputados e que o ex-presidente não praticou atos de violência ou ameaça ao Estado democrático de direito. A sessão do dia 9 de setembro promete ser decisiva, com o voto de Moraes podendo definir o futuro do processo e dos réus.
Fonte: http://ric.com.br