Uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná revelou dados alarmantes sobre a violência contra crianças e adolescentes no estado, destacando a necessidade urgente de fortalecer a rede de proteção e capacitar profissionais da linha de frente. Especialistas e representantes do poder público convergiram na importância de identificar sinais de agressão precocemente e acionar os mecanismos de defesa adequados.
A deputada Secretária Márcia (PSD), proponente da audiência, classificou o debate como “difícil, pesado, mas muito necessário”. Ela apresentou estatísticas preocupantes do Hospital de Clínicas de Curitiba, que já atendeu 720 casos de maus-tratos em 2024, incluindo 420 suspeitas de abuso sexual, com vítimas de apenas quatro meses de vida.
Os dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) revelam que 72% dos casos de violência contra crianças e adolescentes ocorrem dentro do próprio lar. A promotora de Justiça Tarcila Santos Teixeira enfatizou que a prevenção deve envolver informação direta às crianças, capacitando-as para se autodefenderem contra a violência.
A pediatra Luci Yara Pfeiffer, do Dedica-PR, alertou para os impactos devastadores da violência na infância, que podem comprometer o futuro da sociedade. “Quando se destrói a infância, se destrói uma sociedade”, afirmou, defendendo políticas públicas permanentes e apoio às famílias.
Diversos participantes da audiência, incluindo a vereadora Tania Guerreiro e representantes da saúde e assistência social, reforçaram a importância da capacitação de profissionais para identificar sinais de violência e garantir o acompanhamento contínuo das vítimas. A delegada Luciana Alves sugeriu a criação de uma Patrulha da Família para acompanhar crianças em situação de risco, inspirado na Patrulha Maria da Penha.
Fonte: http://www.assembleia.pr.leg.br