A agência de notícias Reuters retirou do ar um vídeo de quatro minutos que mostrava uma conversa informal entre os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Xi Jinping, da China. O vídeo, capturado durante um desfile militar em Pequim, celebrava o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial. A decisão da Reuters seguiu-se a uma exigência da CCTV, a emissora estatal chinesa, que acusou a agência de violar os termos contratuais e distorcer os fatos apresentados nas imagens.
O vídeo em questão, que havia sido amplamente distribuído para mais de mil veículos de imprensa em todo o mundo, flagrou um diálogo entre os líderes da Rússia, China e, aparentemente, da Coreia do Norte. A conversa, segundo relatos, abordava temas como avanços em biotecnologia, transplante de órgãos e as perspectivas de prolongamento da vida humana, com menções à possibilidade de se alcançar os 150 anos de idade.
A CCTV formalizou sua reclamação em uma notificação enviada à Reuters, alegando que a agência excedeu os limites do acordo de uso estabelecido entre as duas instituições. O documento, assinado pelo supervisor jurídico da CCTV News Agency, HE Danning, afirmava que “o tratamento editorial aplicado a esse material resultou em uma clara deturpação dos fatos e declarações contidos no feed licenciado”. A emissora chinesa solicitou a remoção imediata do vídeo, embora não tenha especificado quais trechos ou edições teriam motivado a contestação.
Em resposta, a Reuters emitiu uma declaração defendendo a integridade de sua reportagem. “A Reuters mantém a precisão do que foi publicado”, afirmou a agência em nota, acrescentando que revisou cuidadosamente as imagens antes da divulgação e que “não encontramos nenhuma razão para acreditar que o compromisso de longa data da Reuters com o jornalismo preciso e imparcial tenha sido comprometido”.
Contudo, a agência justificou a remoção do vídeo com base na revogação da licença de uso. Diante da ausência de autorização legal, a Reuters optou por retirar o conteúdo de suas plataformas. A controvérsia levanta questões sobre a liberdade de imprensa e a influência da censura estatal nas coberturas jornalísticas internacionais. A Reuters não detalhou se pretende contestar a decisão ou renegociar os termos de cooperação com a mídia estatal chinesa.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br