O orçamento público brasileiro está sob pressão crescente, com a previsão de que os gastos com servidores ativos e aposentados nos três níveis de governo atinjam a marca de R$ 1,7 trilhão em 2025. Esse montante, o maior já projetado para despesas com pessoal, ocorre em um momento crucial, enquanto o Congresso Nacional debate a necessidade urgente de uma reforma administrativa abrangente.
A proposta de reforma, atualmente sob análise na Câmara dos Deputados, busca modernizar a gestão pública e otimizar os gastos com pessoal. Embora a estabilidade dos servidores deva ser preservada, o texto prevê a implementação de mecanismos rigorosos de avaliação de desempenho, a revisão das despesas e a definição de uma tabela salarial mais justa e transparente.
Um levantamento do jornal *O Estado de S. Paulo*, com base em dados orçamentários e relatórios de diversos entes federativos, confirma a tendência de aumento nos gastos com pessoal. A pesquisa indica que, embora o Brasil empregue menos servidores em proporção à força de trabalho em comparação com a média da OCDE, os gastos como porcentagem do PIB são significativamente mais elevados.
Diante desse cenário, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos tem implementado iniciativas para aprimorar a eficiência administrativa e digital, buscando otimizar a entrega de serviços públicos à população. A pasta defende que o crescimento das despesas com pessoal concilia a sustentabilidade fiscal com a valorização dos servidores e a recomposição da força de trabalho.
Dados do Ipea revelam que o país possui cerca de 11 milhões de servidores ativos, com a maior parte concentrada nas prefeituras. O levantamento aponta ainda para disparidades salariais significativas entre os diferentes níveis de governo e entre os servidores mais bem e menos remunerados, com os 10% mais bem pagos recebendo até quinze vezes mais que os 10% com menores salários.
Fonte: http://revistaoeste.com
